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    sexta-feira, 20 de maio de 2011

    Carrinhos de rolimã

    Hoje conversando com um amigo, a respeito dos carinhos de rolimã, onde a garotada do bairro ou cidade se encontravam nas principais ladeiras da cidade, para fazer os rachas com seus carinhos de rolimã.

    Acabamos caindo no assunto ao acaso, e lembramos das “aventuras” da época, onde com uma simples tábua velha, um cabo de vassoura, alguns pregos e 3 ou 4 rolamentos velhos que era possível encontrar em qualquer oficina mecânica, era possível construir uns dos brinquedos mais perigosos e legais da época. Perigoso pelo motivo da grande possibilidade de tombos e legal trazer uma certa sensação de liberdade e adrenalina, afinal descer uma super ladeira não era para qualquer um na época.

    Não se sabe ao certo a história do mais radical dos brinquedos das crianças da década de 70 e 80 da região sudeste do Brasil. Pode-se dizer que os primeiros exemplares foram construidos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, no final da décadas de 60, começo da década de 70. Explica-se. O principal material, as rodas, eram rolamentos conseguidos em oficinas de manutenção de automóveis. As oficinas em questão davam manutenção aos carros daquela época, os Chevrolets Belair, os Fordões 50 51, os Pontiacs os Mercuries os Dogdes e os sofisticados Oldsmobiles, todos carros importados.

    Os rolimãs bons para fazer os carrinhos vinham da transmissão destes carrões americanos. Mas também qualquer carro nacional também descartavam estas peças, e oficina para consertar as antigas latas velhas que zero Kilometro já apresentavam problemas com ruas esburacadas e falta de via apropriadas para o trafego de veículos.

    O maior problema era conseguir as rolimãs, sem pagar nada, simplesmente pedindo e as vezes executando pequenos serviços das oficinas, na maioria das vezes de limpeza para obter o prêmio.

    Engraçado que carrinho de rolimã era brinquedo dos meninos mais pobres ou com menos condições que não podiam ter uma biclicleta, mas tornou-se o pai, hoje avô dos brinquedos radicais no Brasil.

    Os carrinhos de rolimã eram levados as ladeiras asfaltadas e que igualmente somente se popularizaram com a urbanização das cidades igualmente na época de 60 e 70, o que novamente confirma a época aproximada do surgimento deste brinquedo.

    Conseguindo o material industrializado mais difícil e importante, todo o resto era de fácil aquisição por qualquer “moleque” da época, ou seja, o “chassis” era madeiras utilizadas em construções para enchimento de colunas com largura entre 20 e 30 Cm, Estas medidas eram obtidas a serrote e não podia faltar o corte do bico, em forma de V para caracterizar a frente do carro. Para os eixos das rodas sarrafos de pinho também material de construção. A madeira era e facilmente encontrada em qualquer obra da rua. Já os pregos eram facilmente obtidos nas mesmas construções já citadas e nas feiras livres dos bairros, que também forneciam outros tipos de matérias de caixotes para personalizar as “ferraris” de cada construtor. Ainda faltavam duas coisas muito importantes: um parafuso de uns 15 cm com porca e arruelas e fazer um furo no bico do carrinho para montar o eixo da frente.

    Para o parafuso, a solução foi lançar mão de meu estoque de fios de cobre acumulados em formato de bola e vendido junto ao ferro velho para a aquisição do parafuso, única coisa que não dava para improvisar muito. Para o furo, voltamos as construções do bairro, como não tínhamos furadeira, foi necessário improvisar o pedido de ajuda ao mestre de obras que atendia gentilmente a todos os “pilotos construtores do bairro”, pois sem esta ajuda era impossível fazer os furos sem danificar as madeiras conseguidas com tanto sacrifício. Uma semana de trabalho e o carrinho estava pronto.
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    Item Reviewed: Carrinhos de rolimã Rating: 5 Reviewed By: Daniel A. Tutunic
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